para aquele, que pelo destino me foi ordenado, um simples prólogo..
quando criança existia aquela coisa..
aquela presença, que me fazia hostil, porém vulnerável. que fazia meus dias incolores, me deixava inválido, e fazia minhas lágrimas já tão constantes rolarem sem parar no meu rosto, tão inchado. e parece que aquilo sentiu falta de mim..
não tem explicação, nem motivo, e nem hora certa. quando me vem aquela sensação, a dor é instantânea, incontrolável. quando meu pranto não vem, sei que não foi embora.. ele espera eu me deitar pra me fazer sentir desamparado, inconsolável. me faz sentir fraco, e em último caso, me tira dos meus mais profundos sonhos, me faz perder o sono e então, somente o silêncio me conforta.
seria um aviso, da minha até então inanimada sombra, que vê a minha vida de um modo imparcial na sua escuridão?
será que o calor de tantas emoções fritaram o meu bom senso, e agora já não consigo raciocinar?
sem a resposta para isso, me lançei ao mar de pensamentos, passo por tempestades e ondas que se tornam cada vez maiores.. e me puxam cada vez mais para baixo dessa água tão escura. já não sei quanto tempo vou aguentar nadar contra a correnteza.
porém não foi o bastante, porque fiz exatamente o que não deveria. agora estou no domínio daquela coisa, que agora brinca com meus sentimentos, que se tornam imprevisíveis. meu momento de reflexão torna-se um intenso pesadêlo, e o meu mais belo sorriso não esconde a minha preocupação, o meu cansaço e o medo de estar no mesmo espaço do que aquela coisa novamente.e muitos parecem não entender o que se passa, acham que é momento, mas não é. talvez o problema seja eu, talvez não.
sei que me tornei cego para a verdade, mesmo que ela esteja eminente na minha frente, aquela coisa vem para tapar meus olhos, e me fazer duvidar do que eu tinha a mais profunda certeza, que agora me faz hesitar por coisas que antes eu daria a vida sem pensar na circunstância que estou.
não foi escolha minha, porém fui isolado daquelas pessoas que eram importantes para mim, de todas as distracões desnecessárias, e perdi a consciência depois de uma longa briga com o mar.
mas agora acordei, sem saber onde estou, e na tentativa de me afogar, eu falhei.
e a coisa foi embora, e mais uma vez deixou sua marca em mim. não deixou hematomas, porque eles curam facilmente, e depois somem com o tempo. a dor física é uma tortura que ele não faz, talvez porque "ele" não exista.
mas uma ferida no coração, que eu temo não poder curar sozinho está em mim.
termino essa carta, que lanço ao mar na ultima esperança..
pode ser um anjo, um mero mortal, eu não me importo com a forma, isso não mudou.
uma sereia talvez, ou um ser desconhecido.
não será muito difícil, eu só preciso de um abraço, talvez um ombro para derramar lágrimas resultantes do sofrimento, e da emoção da vitória que compartilharei contigo, quando sairmos trinfantes da escuridão. e a voce eu serei eternamente grato..
e então terei suas mãos junto as minhas, e compartilharei todo o conhecimento que eu puder. mas ainda estarei fraco, porém não tenho intenção de deixar minhas pernas cederem. e voce vai ser quem não me deixará cair.
e faremos desse mundo um lugar melhor, para que ninguém passe por isso novamente..
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